De acordo com as anotações e experimentações vividas, durante o mês de dezembro foi intenso em suas atividades, foram realizados até agora reuniões de equipe para discussão de casos e planejamento de ações pontuais, articulações intersetoriais com o objetivo de formar parceiros no cuidado de alguns casos acompanhados e organização dos processos de trabalho.
Nesse momento senti a necessidade de escrever um pouco sobre as sensações vividas durante esse ano de 2014. Como descrito no início do Portfólio, tivemos muitas sensações envolvidas no processo de entrada na residência. Após o introdutório, iniciamos as atividades práticas em nosso território de atuação, a implantação dos Nasf´s no munícipio de Palmas, ficou subdividido da seguinte forma: três Nasf´s tipo II de acordo com o Ministério da Saúde se caracteriza como Nasf tipo II....
Sendo assim, surgiram Nasf da região Sul, Nasf da região Central e Nasf da região Norte. Os Nasf´s Sul e Norte, foram formados por residentes e o Nasf central por Preceptores. Diante dessa configuração cabe uma reflexão muito importante que é a questão do presença do preceptor no local de prática do residente. Por um lado entende-se que a presença do preceptor poderia inibir algumas atitudes e reações dos residentes provocando uma relação de paternalismo, acreditando que sem a presença do preceptor o residente se sentiria autônomo em suas práticas.
No entanto, por outro lado entende-se como papel do preceptor:
Tal configuração foi reformulada em Novembro do ano corrente. O objetivo do texto atual é relatar a experiência dessa alteração na configuração dos Nasf´s. Durante uma reunião ocorrida no dia 17 de Novembro de 2014, foi apresentado aos residentes a proposta de alteração da seguinte forma: desmembrar do Nasf Central os preceptores da Psicologia e do Serviço Social e inclui-los no Nasf Norte e desmembrar os residentes das respectivas classes profissionais do Nasf Norte e inseri-los ao Nasf Central.
Foi ofertado também a possibilidade de escolha entre as duas profissionais de psicologia para se disporem a alteração. No entanto, devido à demora no tempo de decisão, o fato das duas profissionais não desejarem tal alteração entre outras questões de relevância afetiva, decido aderir à proposta de alteração.
As razões, motivos que me levaram a tomar essa decisão foram as seguintes:
I- Em relação ao meu projeto de intervenção, o projeto de educação permanente com os ACS´s, não havia iniciado ainda, estava na fase de apresentação da proposta as equipes de saúde, enquanto o projeto da outra colega psicóloga já havia sido iniciado.
II - O Nasf Norte já havia passado por muitos desafios durante o ano de 2014, sendo assim, as experiências apesar de terem gerado muito aprendizagem, foram experiências também aversivas.
III- O Nasf Central, possui uma área com menor vulnerabilidade social, sendo assim seria uma região com menor desafios pela frente (apesar disso não ser considerado vantagem pra mim).
IV – Por já possuir vínculos com os profissionais que iriam exercer suas atividades laborais no Nasf Central senti-me confortável em aderir a proposta, apesar da minha dificuldade de transporte para o local de trabalho, preferir assim.
Essa decisão não foi uma decisão fácil, ao contrário, o trabalho desenvolvido no Nasf Norte, aparentemente não possui algo palpável ou concreto, no entanto era um trabalho de vínculos e interação com alguns trabalhadores de saúde. Esse tipo de relação, particularmente é considerado uma conquista, levando em consideração o tempo, a dificuldade e os desafios que tivemos em produzir uma relação de confiança com as equipes de saúde.
Inicialmente as equipes de saúde nos visualizavam como equipes fiscalizadores da gestão ou “como um povo que só trazia mais serviço”, essa forma de ver o Nasf já estava em desconstrução e já estávamos construindo uma nova forma de ver o Nasf, como forma de parceiros, colaboradores, como uma equipe de apoio. Outro sentimento de “parto” foi em relação aos próprios casos que estavam sob minha responsabilidade quanto ao acompanhamento, alguns vínculos construídos com pacientes foram vínculos terapêuticos, embora o trabalho desenvolvido fosse de apoio e os atendimentos pactuados com as equipes de saúde da família.
De modo geral, foram realizados, atendimentos individuais; visitas domiciliares; atendimentos realizados no domicilio; visitas institucionais e articulações intersetoriais; participações em atividades educativas; reuniões de equipe; consultas conjuntas, discussões de casos e construção de Pts´s.
O mês de Dezembro ainda continua ainda tem muita água pra rolar debaixo dessa ponte, mas o mais importante é estarmos em constante reflexão sobre nossas práticas, nosso jeito de ser, nosso jeito de tratar as pessoas, nosso jeito de produzir saúde e provocar nos outros o desejo de produção de saúde, nossos relacionamentos com outros, com os profissionais de saúde, nosso relacionamento com os usuários, nossa ética e moral profissional e pessoal. Durante o trabalho com a equipe, muitas discussões foram disparadas em torno desses temas citados acima. Muitas conversas foram realizados sobre a própria atuação enquanto equipe, sobre o que de fato é ser uma equipe e trabalhar como equipe de saúde. Foi um ano de muito aprendizagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário